segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

CATEDRAL DE SANTIAGO
Capítulo 2

    O CAMINHO DE SANTIAGO

                                                                         Miriam Dias

                       FONTE: Roteiro Fique por Dentro (agosto de 1999)



O grande dia chegou! Dezenove de maio, data do embarque! Do Aeroporto dos Guararapes para Lisboa, onde passamos 24 horas e aproveitamos para dar uma boa caminhada pelas ruas próximas ao hotel, o que nos foi muito agradável. Depois de tantas horas de vôo estávamos um pouco tontas e sentíamos necessidade de ficar com os pés no chão.

Fizemos questão de conhecer um restaurante que apresentasse show de fado e resolvemos esta questão na recepção do hotel, que nos reservou uma mesa no Clube do Fado, situado no Bairro Alto e que nos lembrou muito Olinda, só que os prédios são mais imponentes. Fica nun desses casarios antigos. Na porta, somos atendidos pelo maître que nos encaminha para um segundo salão, onde funciona o restaurante. O recinto é pequeno e comporta mais ou menos umas trinta a quarenta pessoas, mesas bem postas e o serviço muito bom, mas o show só começa lá para as 21 horas.

De repente entram uma mulher e dois homens, um com uma viola e o outro com uma guitarra portuguesa. encaminham-se para um canto da sala, ela se encosta na parede, os dois músicos começam a tocar e a canção flui da boca, da garganta e do coração da mulher. Uma voz doce e educada. Olho ao redor, noto que todos pararam! Pararam de comer, de beber, os garçons de servir, de andar, as cortinas estavam fechadas e as luzes apagadas, só ficando algumas velas ou lamparinas acesas, realmente à meia luz.

Aí se canta a dor, o sofrer, a alegria e tudo com muito orgulho, o que me deu vontade de também ser portuguesa para entender com mais emoção aquele sentimento que eles preservam, de geração após geração. Somente três ou quatro canções, eles saem da sala sob aplausos e tudo volta a ser como antes. Passam-se uns vinte minutos e os músicos retornam. Todo o ritual  no ambiente e mais músicas extraídas do coração.

Voltamos cedo ao hotel. Era preciso dormir  e se acostumar com o novo fuso horário. Isto era muito importante já que não fazíamos ideia do que nos aguardava, por mais que tivéssemos lido e nos preparado para trilhar o Caminho de Santiago. Acordei como um gato, me espichei, rolei na cama macia de lençóis limpos, utilizei um banheiro impecável, tomamos um café-da-manhã bem substancioso e nos preparamos para voar a Paris. De lá, seguiríamos para Roncesvalles, na fronteira da França com a Espanha, marco inicial da grande caminhada.



AS RUAS CENTRAIS  DE LISBOA ENCERRAM MISTÉRIOS SECULARES


                     

A ARQUITETURA ANTIGA
DE LISBOA, CAPITAL PORTUGUESA, FEZ AS
PEREGRINAS LEMBRAREM OLINDA.


NO CLUBE DO FADO,
TIVERAM OPORTUNIDADE
DE CONHECER O 'MODUS
VIVENDI' DO POVO
PORTUGUÊS.



O AMBIENTE IMPRESSIONOU
PELO SAUDOSISMO E OS
MÚSICOS PELA BELEZA DAS
INTERPRETAÇÕES.


NO DIA SEGUINTE
VIAJARIAM PARA PARIS,
A 'CIDADE LUZ' FRANCESA,
ONDE AS PEREGRINAS
TAMBÉM VIVERIAM EXPERIÊNCIAS INESQUECÍVEIS,
ANTES DA LONGA CAMINHADA.

DE LÁ, SEGUIRIAM PARA
RONCESVALLES ONDE
INICIARIAM A
PEREGRINAÇÃO
RUMO A CATEDRAL
DE SANTIAGO DE COMPOSTELA.


Nenhum comentário:

Postar um comentário