LIMOEIRO DA GENTE Nº 11

Editorial     

      É TEMPO DE DESPERTAR...

                                            Rubens Sacramento


Há aproximadamente dez anos publicamos uma colaboração da leitora Mariana Valverde, de Recife, que consideramos uma das mais felizes entre as que recebemos. Soubemos que ela serviu de referência em várias escolas, motivando até debates a respeito. Como «recordar é viver», no pensar dos saudosos, decidimos reproduzir o texto, filosófico e sábio, para deleite dos leitores antigos e conhecimento dos mais jovens.

O BISCOITO
Autor desconhecido

 «Fazia muito frio naquele aeroporto e a jovem ficou extremamente insatisfeita quando notou no painel que o seu vôo sofreria atraso em razão da nevasca que impediu o pouso e decolagem das aeronaves.
 Contrariada, pensou numa maneira de ‘passar o tempo’. Comprou um livro, que há tempos queria ler, um pacote de biscoitos e, procurando proteger-se do frio, encolhida dentro de vários casacos, sentou-se num banco ao lado de um senhor.

Absorta, começou a folhear o livro e, num misto de espanto e indignação, notou o homem apanhar um biscoito do pacote. Surpresa, limitou-se, também, a pegar um biscoito. O homem também o fez. E assim, ocorreu sucessivas vezes. A cada biscoito que ela pegava o homem também o fazia.

Em silêncio, fazia o pior juízo do desconhecido que, petulante, comia a metade dos seus biscoitos. Irada, pensou por diversas vezes em levantar-se e dizer os maiores desaforos ao homem. Chamar a polícia. Tomar os biscoitos e sair dali. Sujeitinho desaforado, biltre, safado, cafajeste, etc., pensava ela.

De repente, sobrou só um biscoito no pacote. Num gesto que ela tomou como afronta, o homem pegou o biscoito, repartiu-o ao meio, devolvendo a outra metade ao pacote que ela, instintivamente, apanhou. Pensava, ainda, no deboche do sujeito quando o viu levantar-se e seguir rumo ao portão de embarque. A nevasca cessara e o vôo do homem mais inconveniente com quem ela já tivera o desprazer de dividir o mesmo espaço, pensou, partiria dentro de instantes.

Passado perto de meia hora, quando ainda remoía dentro de si os piores pensamentos em relação ao homem, ouviu anunciarem o seu vôo. Aliviada, levantou-se e teve uma surpresa. Em meio a seus pertences e casacos viu um pacote de biscoitos. O seu pacote de biscoitos.

Num segundo compreendeu o ocorrido. Desejou, ardentemente, ter ali o homem para poder pedir-lhe desculpas por todas as barbaridades que dele havia pensado. Agradecer-lhe a resignação com que a vira devorando o seu pacote de biscoitos, o pacote que ela pensava ser dela. Sua bondade infinda, que repartira com ela até o último biscoito. A compreensão e meiguice para com o erro alheio...

 Já era tarde. O homem partira e ela, provavelmente, nunca mais o veria. Não teria como retribuir o carinho com que a tratara.

Assim ocorre conosco, às vezes. Fazemos julgamentos e decretamos sentenças e não vemos o quanto estamos errados. Não damos o nosso apoio e nossa afeição aos que cometem erros e precisam da nossa ajuda. Quando chegar o arrependimento, talvez não dê tempo para consertar o estrago».

Opinião      

      O TRÂNSITO EM LIMOEIRO I

                                                                     Rubens Sacramento


BUSCANDO DISCIPLINAR ESPAÇOS PARA
ESTACIONAMENTO NO CENTRO, O GOVERNO
VEM UTILIZANDO TRAVESSAS URBANAS
PARA ALOJAMENTO DE MOTOS

Dia desses, em horário de ‘rush’ no trânsito, um cidadão, na Avenida Santo Antônio, exclamou: «Puxa, Limoeiro parece uma metrópole!». Pensando bem, o número de veículos trafegando pelas nossas ruas centrais aumentou bastante. Segundo soubemos, são cerca de quatro mil automóveis e sete mil motos matriculadas em nosso município, sem falar  nos caminhões, coletivos e alternativos, bem como nos veículos de fora que transitam no setor comercial da cidade. Durma-se com um barulho desses!

O governo vem enfrentando o desafio crescente, temos de reconhecer. As ruas e avenidas da zona urbana vêm sendo demarcadas, inclusive com áreas de estacionamento, placas orientadoras, agentes de trânsito circulando e...multando os infratores. Tivemos oportunidade de conhecer o coronel Felipe, secretário de Trânsito, em plena atividade no centro e colhemos uma boa impressão. Enérgico, mas disposto a dialogar. Agendamos uma entrevista com ele, para breve, no sentido de esclarecer mais as novas normas e, de tal forma, contribuir para com a orientação dos motoristas.


Segundo especialistas, o trânsito é composto por três coisas quando se trata de mobilidade urbana: o pedestre, o condutor e o passageiro. Basicamente as regras são educação, engenharia de tráfego (responsável pela sinalização, manutenção e conservação das vias) e fiscalização, nessa ordem. Portanto, o primeiro passo deve ser dado visando orientar o condutor. Para tal, poderia ser importante até contar com professores junto aos agentes de trânsito, todos funcionários públicos. Vale lembrar que o infrator nem sempre é marginal e merece respeito, salvo em raras excessões.

Infelizmente há maus motoristas, forçando o rigor das autoridades. A lei das ruas lembra a lei da selva, onde só os mais fortes sobrevivem. O caminhão se impõe perante o ônibus, que por sua vez ruge diante de veículos de menor porte. Estes pouco ligam para as motos, que falam grosso com as bicicletas, que por sua vez desrespeitam os pedestres e as regras em vigor. Pela lei da ética, da consciência, os mais frágeis são os pedestres, entre eles as crianças, os idosos e os deficientes, os quais têm toda a prioridade na mobilidade urbana. Neste caso, os mais fortes devem respeito aos mais fracos, seguindo em sentido inverso à lei anteriormente citada.

O sentimento de cidadania não permite que se jogue toda a responsabilidade da mobilidade urbana ao governo. Cabe aos cidadãos, que pagam toda a conta e querem ver bons resultados do seu investimento, colaborarem com sua parte, e não apenas financeiramente. Cada um, se seu nível de consciência o permite ver os erros e infrações cometidos pelos maus motoristas, deve dar o exemplo pessoal, seguindo as regras adotadas ou lutando por mudá-las, se injustas. Só assim, poder-se-á ter esperanças de educar os irresponsáveis. Será uma utopia? Talvez, mas a esperança é a última que...

Bem, de forma geral, as queixas dos leitores se resumiram a excessivo rigor na aplicação das regras, prioridades não observadas, críticas aos motociclistas, multas aplicadas em excesso etc. Apenas um deles escreveu para o Foro da Cidadania, opinião que transcrevemos abaixo. O espaço continua disponível...


Mais opiniões      

O TRÂNSITO EM LIMOEIRO II

                                                     Walter Eudes

 "A locomoção motorizada dos indivíduos numa cidade tornou-se um mais - que - comum, assim como a energia elétrica, a TV, o rádio, o telefone etc. Não imaginamos uma cidade sem automóveis. Porém, o ônus do progresso nos atinge e é preciso urgentemente rever nossas 
prioridades sociais. A meu ver, o automóvel particular e individual não deve ser o centro das atenções das políticas públicas para o trânsito e sim o pedestre. Também deve haver, igual e urgentemente, em muitas cidades (incluo Limoeiro) o incentivo e protecionismo a veículos 
coletivos e à bicicletas, através da implantação de linhas de ônibus e ciclovias"                     


Pensadores 

      GIBRAN KHALIL GIBRAN 

                  FONTES: Wikipedia, a enciclopédia livre e outras

Nascido em Bicharre, a cidade dos cedros, em 06 de dezembro de 1883, Gibran foi um ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista e pintor, considerado como um dos escritores mais célebres do Líbano. Sua obra ficou conhecida pela beleza, delicadeza e espiritualidade. 

Com 11 anos de idade migrou para Boston, com parte da família, retornando ao Líbano em 1898 para terminar os estudos. Em 1902 volta para Boston, porém, com a morte da mãe e do irmão, o escritor inicia a produção de uma série de artigos e pinturas místicas, que lhe asseguraram uma bolsa de estudos na França. 

Viveu em Paris por dois anos, onde aprofundou suas técnicas de desenho, pintura e escultura. Ao retornar para os Estados Unidos em 1910, decidiu viver por um tempo em Nova Iorque, cidade em que permaneceria até sua morte, em 10 de abril de 1931, com apenas 48 anos, provocada por cirrose e tuberculose. 

Em 21 de agosto de 1931, seus restos mortais chegam à terra pátria, o Líbano, onde foram recebidos pela população emocionada. Seu corpo está enterrado em um convento próximo à sua cidade natal (Bicharre), no vale de Kadisha, uma região de rara beleza, ladeada pelas montanhas e pelos cedros do Líbano, uma paisagem que sempre inspirou o eterno Gibran Khalil Gibran, também conhecido simplesmente como Khalil Gibran. 

Em sua relativamente curta, porém prolífica existência, Khalil Gibran produziu obra literária marcada pelo misticismo oriental, que - por essa razão - alcançou popularidade em todo o mundo. Sua obra, acentuadamente romântica e influenciada por fontes de aparente contraste como a Bíblia, Nietzsche e William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza, entre outros. Escrita em inglês e árabe, expressa as inclinações religiosas e místicas do autor. 

A mais conhecida é o livro O Profeta, que foi originalmente publicado no idioma inglês e traduzido para inúmeros outros idiomas mundo afora. Outros livros de destaque são Asas Partidas, em que o autor fala de sua primeira história de amor, e Jesus, o Filho do Homem. Eis alguns pensamentos de Khalil Gibram, para reflexão:

01 - «O desejo é a metade da vida; a indiferença a metade da morte!» 

02 -  «A música é a linguagem dos espíritos.»  

03 - «A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes»  

04 - «A sabedoria é a única riqueza que os tiranos não podem expropriar.»  

05 - «A simplicidade é o último degrau da sabedoria.»  

06 - «Anda, parar é covardia e olhar para a cidade do passado é ignorância.»  

07 - «Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.»  

08 - «Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria.»  

09 - «As flores desabrocham para continuar a viver, pois reter é perecer.»  

10 - «Cada vez mais desesperadamente o homem procura dilatar o tempo que já não tem.»  

11 - «Deve existir algo estranhamente sagrado no sal: está em nossas lágrimas e no mar...»  

12 - «Dizeis: darei só aos que precisam. Mas os vossos pomares não dizem assim; dão para continuar a viver, pois reter é perecer.»  

13 - «O amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio.»  

14 - «O desgosto é o obscurecimento do espírito e não o seu castigo.»  

15 - «O importante para uma pessoa não são os seus sucessos mas sim quanto os deseja.»  

16 - «O prisioneiro que tem a porta do seu cárcere aberta e não se liberta, é um covarde.»  

17 - «Pode contar seus segredos ao vento, mas depois, não vá culpá-lo por contar tudo às árvores.»  

18 - «Quem não sabe aceitar as pequenas falhas das mulheres não aproveitará suas grandes virtudes.»  

19 - «Só o mudo inveja o falador.»  

20 - «Todo o trabalho é vazio a não ser que haja amor.»  

21 - «Trabalho é amor tornado visível.»  

22 - «Uma voz não pode transportar a língua e os lábios que lhe deram asas. Deve elevar-se sozinha no éter.»  

 Para refletir


       QUE VALORES SÃO ESSES?

                       ARNALDO JABOR (Rio de Janeiro, 12 de
                              dezembro de 1940) é um cineasta, roteirista,
                              diretor de cinema e TV, produtor
                              cinematográfico, dramaturgo, crítico,
                              jornalista e escritor árabe-brasileiro.


“Fui criado com princípios morais comuns: Quando eu era pequeno, mães,
pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e
consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores
ou autoridades…

Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das
crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do
escuro, dos sapos, dos filmes de terror…
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos, por tudo o
que meus netos um dia enfrentarão. Pelo medo no olhar das crianças, dos
jovens, dos velhos e dos adultos. Direitos humanos para criminosos, deveres
ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser
idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e
sonegadores…

O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula,
comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.
Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, filhas
querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas
mochilas de crianças.

O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um
diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma
maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser…

Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo? Quero arrancar as
grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na
varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade
como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a
esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “temos que
estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa.

Abaixo o “TER”, viva o “SER”. E viva o retorno da verdadeira vida, simples como
a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã! E
definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero ter de volta o meu mundo
simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como
bases.

Vamos voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais
humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?…
Precisamos tentar… Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa
mensagem…

Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!”.
NOTA DO EDITOR: Colaboração de Dedé Marinheiro. 

Mundo Estranho 

POR QUE OS GATOS ERAM SAGRADOS PARA OS EGÍPCIOS?

                       FONTE: www.mundoestranho.abril.com.br 

SIMPLES: Eles ajudaram os antigos egípcios a combater um de seus piores inimigos - os ratos que infestavam a região, destruindo as colheitas de grãos e cereais, além de espalharem doenças. Quando notaram que os gatos eram a solução para controlar a população de roedores, os egípcios começaram a tratar os bichanos como membros da família e passaram a encará-los como verdadeiras divindades. Essa adoração teve de contar com a ajuda das autoridades, porque, antes de o animal ser decretado um ente sagrado, muitos bichanos eram servidos como prato principal às margens do rio Nilo. 

Uma das deusas egípcias representadas com cabeça de gato era Bastet (também conhecida como Bast e Ubasti). Ela começou a ser cultuada por volta de 3000 a.C. e representava o prazer, a fertilidade, a música e o amor. Além de Bastet, as duas principais divindades egípcias - Ra, o deus do Sol, e Ísis, a deusa da vida - também apresentavam traços felinos.

Os egípcios dedicavam tamanha veneração aos gatos que costumavam raspar as sobrancelhas em sinal de luto quando um bichinho de estimação morria. As mulheres também os viam como símbolos de beleza e pintavam os olhos tentando imitar o contorno perfeito do olhar dos bichanos. Esses animais mereciam os mesmos ritos fúnebres que os seres humanos, sendo embalsamados e sepultados. No século XIX, arqueólogos descobriram mais de 300 mil múmias de gatos num cemitério em Tall Bastah, cidade no delta do rio Nilo onde ficava o principal templo da deusa Bastet. Exagero? E que tal saber que alguém podia ser condenado à morte se matasse um desses animais?

Mas tamanha adoração custou pelo menos uma derrota histórica para o Império Egípcio, cerca de 600 anos antes de Cristo. Quando um comandante persa chamado Cambises II soube que os inimigos da terra do Nilo veneravam tanto esses felinos, não teve dúvidas e ordenou que seu exército atacasse o país das pirâmides usando uma tática no mínimo inusitada: gatos foram colocados à frente de suas tropas como escudo! Os egípcios não ofereceram resistência. Era melhor se render diante dos persas do que cogitar a possibilidade de ferir um ser sagrado.


Humor

RIR É O MELHOR NEGÓCIO


BRINDE NO BOTECO
Antônio levanta seu copo de cerveja e brinda: 
- "Gosto tanto de sexo, que eu quero passar o resto da minha vida, entre as pernas de minha esposa!"
Isto lhe rendeu o prêmio máximo no boteco para o melhor brinde da noite!
Voltou para casa e disse à sua esposa:
- Maria, eu ganhei o prêmio para o "Melhor Brinde da Noite".
- Parabéns! E qual foi o brinde?
Sem coragem de contar a verdade, ele falou:
- Eu brindei: "Quero passar o resto da minha vida na igreja, sentado ao lado de minha mulher".
- Puxa, isso foi realmente muito bonito!
No dia seguinte, Maria encontrou um dos amigos de Antonio, que riu furtivamente e disse:
- Sabe, dona Maria, que o Antonio ganhou o prêmio de melhor brinde da noite? E o brinde foi sobre você...
- Sim, ele me contou e eu fiquei surpresa, pois ele não é muito chegado ao assunto. Desde que casamos ele só esteve lá uma vez ... Eu até tive que puxá-lo pelas orelhas para fazê-lo entrar, mas ele caiu no sono antes da "benção final".

NOTA DO EDITOR: Colaboração de Dedé Marinheiro

A VELHINHA CONTRABANDISTA
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava na fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com moamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.

Um feliz Natal e próspero Ano Novo para todos! Nosso muito obrigado por tudo!

PRESÉPIO EM FRENTE À FÁBRICA DA
LIMOEIRO MALHAS, EM LIMOEIRO/PE




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